October 28, 2007
Dance Review
A ‘Beauty’ That Lives Up to Its International Pedigree
By SYLVIANE GOLD
Talk about globalization! Connecticut Ballet’s new production of “The Sleeping Beauty,” which opened last weekend at its home base in Stamford and continues around the state this weekend and next, unites stars from South America, sets and costumes from Europe, and a multiethnic company whose members hail from near (Fairfield) and far (Honolulu, Puerto Rico, Kiev).
Of course, ballet has always been an international affair, as evidenced by “Sleeping Beauty” itself: based on a French fairy tale, created by a Russian composer and a French ballet master, and made famous here by English dancers. “The Nutcracker” may be more popular with the kiddies, “Swan Lake” better known to the grown-ups. But among experts, “Sleeping Beauty” is frequently cited as the finest of the Tchaikovsky classics.
First, it has that glorious score, arguably the best ever written for a ballet. Then there’s Princess Aurora, fated to wait 100 years for a handsome prince to wake her from her nap with a kiss. She’s traditional ballet’s least complicated heroine, but she’s also the one called upon to handle some of its most difficult maneuvers.
With four distinct settings and an enchanted forest that rises to hide Aurora’s royal palace (so she and the court can sleep in peace), this ballet also provides lush opportunities for stage magic. And “Sleeping Beauty,” first produced in 1890, lives in a remarkably nuanced moral universe, in which the good fairy cannot undo the work of the evil fairy — she can only mitigate it.
So Connecticut Ballet merits applause just for tackling this grand masterpiece of the 19th-century classical repertory. And if the report card on last Sunday’s Stamford Center for the Arts matinee at the Palace Theater is somewhat mixed, the company gets full marks for ambition — and for providing local audiences with a very credible “Sleeping Beauty” that will only get better as the company grows.
The first glimpse of the royal court in the opening scene did not bode well. The women waiting around for the christening of the newborn Princess Aurora wore flimsy-looking pink satin gowns of indeterminate period and no style; the men were in fussy black pantaloons and feathered three-musketeer hats. But as soon as the fairies arrived in their pastel tutus, things improved markedly. It became clear that Elizaveta Dvorkina’s costumes, originally created for a now-defunct European touring company, were going to be easy to categorize: the ones that danced were going to look splendid; the others were not going to matter.
Costumes don’t dance by themselves, of course, and Brett Raphael, the company’s artistic director, has staged the ballet with verve. For the roles of the 16-year-old Aurora and her prince, Florimund, he borrowed the principal dancers Cecilia Kerche and Vitor Luiz from the ballet company of the Teatro Municipal in Rio de Janeiro. Ms. Kerche, a veteran, technically solid dancer who has performed around the world, was regal rather than girlish, reserved rather than impetuous — although her Aurora did seem to loosen up somewhat in Act III, when she finally got her man. Ms. Kerche’s best leaping days are probably over, but her turns had speed and elegance, and her balances were steady — yes, she passed the Rose Adagio test. Mr. Luiz was a gracious and reliable partner whose bursts of athleticism and technique were undercut by a somewhat wan personality.Personality aplenty rolled onstage with Alfredo Millan’s campy Carabosse, stepping off her evil-fairy cart in a swirl of black fabric to punish the King and Queen for forgetting to invite her to the christening. Tall and extravagantly theatrical, he’s a practiced hand at the comic strategies of transvestite ballet. His Carabosse mockingly mimicked the dances that the good fairies had just performed and cackled after dooming Aurora to die at 16 of a close encounter with a sharp spindle. The antidote to Carabosse’s evil spell was provided by the ardent Lilac Fairy of Daryna Paliy, who danced with big strokes and a lot of heart.
In the wedding finale, there were entertaining moments from Kate Loh and Alexandre Anatska as Red Riding Hood and the Wolf, Raul Peinado and Emily Sorelle as Puss in Boots and the Cat, and Ramon Thielen and Therese Miyoshi Wendler as the Bluebird and Princess Florine. And in the ensemble passages, the company looked spiffy and well rehearsed, if sometimes overly careful.
Ms. Dvorkina’s painted back cloth for the christening scene felt a little grim and underdecorated, and the magical forest that’s meant to enmesh the palace could use a little Miracle-Gro. But the setting for Aurora’s 16th birthday party was a pleasure to look at — a golden palace shimmering with fountains and white columns that any ballet fan would be happy to visit again.
“The Sleeping Beauty,” produced by the Connecticut Ballet, will be at the Maxwell and Ruth Belding Theater at the Bushnell in Hartford on Nov. 3 and 4. Information can be found at (860) 987-5900 or connecticutballet.com.
"Não canso de dizer: o ballet é a minha segunda pele".
sábado, 10 de maio de 2008
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Entrevista Publicada
Coluna "Sala de Concerto"
Entrevistas com Cecília Kerche e Vítor Luiz
Numa composição de gerações distintas surge a sincronicidade do amor pela dança, através de um profissionalismo impecável e determinação total. Assim podemos “resumir” esse “pas de deux” de almas destinadas através da vocação de comunicar o divino no humano através da arte da dança. A “Elegância Clássica” e o “Danser Noble”.
Cecília Kerche e Vítor Luiz apresentaram-se em Dallas no Texas, no TITTAS COMMAND PERFORMANCE OF INTERNATIONAL BALLET, no último dia 05 de Abril. Ambos participaram da temporada do ballet “Giselle”, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro de 12 a 21 de Abril. Agora em maio embarcam para o Canadá onde participaram de uma Gala Beneficente, com fundos revertidos para pesquisa do Câncer.
Cecília Kerche possui o título de Embaixatriz da Dança outorgado pela UNESCO devido a sua gama de atuação nas principais capitais internacionais. Cecilia Kerche – primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, é protagonista de uma carreira de reconhecimento internacional onde musicalidade, plasticidade, sensibilidade e emoção desenham uma trajetória de sucesso. Paulista de nascimento radicada no Rio de Janeiro, teve como professores, Vera Mayer, Halina Bienarcka e Pedro Kraszcuzuk, seu maestro e marido.
Passou a integrar a Companhia de Ballet do Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 1982, cumprindo a determinação que se fez ainda no seu começo de estudo que - “um dia ocuparia o cargo de primeira bailarina do Teatro mais importante do País” - como de fato ocorreu no ano de 1985.
Apresentou-se em diversas Galas Coreográficas nas cidades de Madri, Moscou, Londres, Santander, Peralada, Narvi Jerez, Cidade do México, Caracas, Santiago do Chile, Assunpção, Montevidéo, Porto Rico, Dresden, Bruxelas, Antuérpia, Paris. Nessas últimas cidades tomou parte no espetáculo “Los Gigantes de La Danse”, junto a Maya Plissetskaya, e várias outras estrelas internacionais.
A Rússia é um lugar de destaque em sua carreira internacional. É convidada periodicamente para atuar nas versões integrais de grandes clássicos nas cidades de Odessa, Novosibirsky, Tashkent, Ufá.
A Australian Ballet contou com sua presença na participação no Ballet “Spartacus”, apresentado nos Teatros de Melbourne e Sidney. Como convidada do English National Ballet, na categoria de Senior Principal teve a seu encargo a temporada de inverno de 93/94, retornando à companhia como Principal Residente Guest Artist, quando participou das temporadas de inverno e verão de 95/96.
Em 1996, Márcia Haydée criou especialmente para Cecília Kerche um pas dedeux inspirado na lenda da sereia Yara.
No ano de 2006 foi convidada pela UNESCO para fazer parte do (CID) - Conseil International de la Danse, como um reconhecimento por toda sua trajetória internacional.
Vítor Luiz nasceu em Juiz de Fora e iniciou seus estudos de ballet com o professor Vitor Navarro em Petrópolis. No Rio de Janeiro estudou com Dalal Achcar e Pedro kraszczuk.
Formou-se pela “Royal Ballet School” (Londres). Sua carreira profissional começou na Inglaterra, no Birmingham Royal Ballet (dirigido por David Bintley). De seu repertório constam: “ La Syphide” (james), “Eduard II” (The Favel Tromp) e “Arthur” (The Saxons) de David Bintley, “O Corsário”, “Don Quixote” (Pás-de-deux 3º ato), “Giselle” (Paysant pas-de-deux), “Com Amor” (Dalal Achcar).
De volta ao Brasil, Vítor integra o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, passando a se destacar nos primeiros papeis de “O Quebra Nozes”( Dalal Achcar), “Coppélia” (Enrique Martinez), “Giselle” (Piter Wright), “O Lago do Cisnes”(Feodorava, Makarova e Pankova), “A Bela Adormecida” (Slavick), entre outros, sempre com muito sucesso de público e de crítica, logo assumindo o cargo de Bailarino Principal.
Cecília Kerche e Vítor Luiz concederam as seguintes entrevistas para o Portal da Famílias:
Entrevista com Cecília Kerche1 - Ano passado foi um ano de muitos convites para o exterior, inclusive você participou como bailarina convidada numa Gala no City Center. Pode nos contar essa experiência ?
CECÍLIA KERCHE - Foi minha primeira experiência em Nova York ,e mais um momento muito importante e gratificante em minha carreira , pois não obstante o fato de dançar lá ,participava na condição de madrinha da delegação brasileira que concorreu no YAGP ( Youh American Gran Prix).
2- O ballet “O Quebra Nozes” concluiu com “chave de ouro” a inesquecível temporada de final de ano do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Neste ano de 2008 o que podemos esperar dessa magnífica companhia clássica?
CECÍLIA KERCHE - A história desta companhia é trazer ao público sua especialidade , O BALLET CLÁSSICO. Estes artistas motivados por boas temporadas sempre são um sinônimo de sucesso para o Theatro Municipal. Não sem razão o Ballet do Theatro Municipal é considerado "A PRATA DA CASA" !!!
3 - Embaixatriz da Dança, melhor intérprete do ballet “O Lago dos Cisnes”, “Elegância Clássica”, Embaixadora da Cidade do Rio de Janeiro, Membro do Conselho Internacional da Dança... - Esses são alguns títulos que você carrega por sua trajetória de excelência no ballet. Pode nos falar sobre eles?
CECÍLIA KERCHE - Sim, mas não me prendo a isso não !!! Porque cada vez que entro no palco lá está só a bailarina .
4- Cecília, fale um pouco sobre o seu cotidiano. Rotina de ensaios, vida em família - é possível conciliar tudo isso para uma Primeira Bailarina com carreira internacional?
CECÍLIA KERCHE - Meu cotidiano é voltado para minha profissão. Escolhi ser bailarina desde muito cedo e vida de uma bailarina tem suas regras, mas como amo o que faço, sempre dá para conciliar tudo.
5- Qual seu tipo de lazer?
CECÍLIA KERCHE - Gosto de nadar, ler, brincar com meus cachorros, cozinhar quando estou inspirada, ir ao cinema e assistir programas de televisão .
6- Em suas declarações e entrevistas, é notável o seu reconhecimento pela família, o modo como foi educada, valores, ética. Você considera a família o centro da formação humana ?
CECÍLIA KERCHE - Sim a família é um grande alicerce.
7- O que mais importa na sua opinião: realização ou reconhecimento?
CECÍLIA KERCHE - Realização.
8 - Você acredita que a arte é uma fonte rica para promover educação? Formar platéia?
CECÍLIA KERCHE - Sim , mesmo sem luxo se pode ter educação artística. Estive na Rússia ainda quando era União Soviética - o povo em geral não tinha luxo; estive em Cuba e vi Havana em escombros envelhecida e deteriorada mas a educação era fator primordial. Não quero dizer que estes lugares são a referência de educação, mas pude constatar que a arte é um grande veículo de educação e noção de cidadania.
9- Cecília Kerche, o que dizer à uma mãe quando seu filho ou filha desejam estudar ballet como profissão?
CECÍLIA KERCHE - " Nooossa, você é uma pessoa de sorte mesmo !!! "
10- Qual maior ensinamento que a arte do Ballet lhe proporcionou?
CECÍLIA KERCHE - Ensinou-me a descobrir como sou forte.
Entrevista com Vítor Luiz
1- Vítor Luiz, fale um pouco sobre a sua descoberta para o mundo do Ballet?
Vítor Luiz - Tudo começou em Petrópolis, onde cresci, e dei inicio aos meus estudos em dança. Descobri como era prazeroso e bonito unir música e movimento, como essa combinação criava uma magia diferente de tudo que conhecia.
2- Qual a importância que teve sua família na sua formação como Bailarino?
Vítor Luiz - Total. Se não fosse esse incondicional apoio de meus familiares, todos eles, e se eu não seguisse a intuição de meu pai, a minha vida tomaria um rumo totalmente distinto.
3- Vítor, “Danser Noble” aos 25 anos de idade. O que você pensa sobre seu futuro no Ballet? Vítor Luiz - Sei que estou ultrapassando limites nunca cruzados por nenhum bailarino brasileiro que vive e trabalha aqui, e isso me orgulha. Ao mesmo tempo isso traz a responsabilidade de crescimento contínuo, porque para se manter bem é preciso renovar-se como instrumento e como artista. Não sei até onde vou chegar. Dois anos atrás, não imaginava minha vida como agora, - então, o que mais poderá acontecer em outros dois, três ou dez anos?
4- Fale um pouco sobre a preparação para se chegar ao título de primeiro Bailarino e o que isso representa para você ;
Vítor Luiz - Minha carreira profissional começou com 17 anos na Inglaterra. Fazia parte do Birmingham Royal Ballet. De lá pra cá fiz um pouco de tudo dentro de uma companhia. Desde figurante até principal. Em 2005 recebi no Theatro Municipal o título de Bailarino Principal. Acho que a preparação nada mais foi que o aprendizado. Sempre tive pessoas ao meu lado, que me diziam a verdade, mesmo que não fosse muito agradável escutar! Uma coisa que me valeu foi aprender a lidar com o erro. O palco e a sala são bem diferentes. O título representa respeito e reconhecimento no mundo da dança, e um troféu. como o de uma conquista. Mas ... “ô negócio que dá trabalho polir, viu...”
5- O sucesso da temporada do ballet “O Quebra Nozes” ano passado, contou com sua assinatura. Um público receptivo, temporada com ingressos esgotados todos os dias. O que isso representa para a principal Companhia. de Ballet do Brasil?
Vítor Luiz - Para mim é a prova que o ballet como entretenimento é, e continuará sendo uma das formas mais atraentes para o público de todas as idades, de todos os povos, de todas as línguas, por estarmos falando com dança, não palavras. A vantagem disso é que cada espectador alimenta na imaginação uma história toda sua, única.
6- Vítor, que diz para você o nome Cecília Kerche ?
Vítor Luiz - Esse nome me soa familiar... Onde já ouvi esse nome?Brincadeiras à parte, Cecília pra mim foi desde sempre um espelho. Com 15 anos comecei a estudar com meu grande mestre Pedro Kraszczuk, marido de Cecília, e assim a conheci. Lembro que a primeira coisa que disse pra mim foi: “Meu Deus, mas é um bebê!”, referindo-se à idade, e a cara de menino. Com o passar dos anos, conheci muitas outras “Cecílias”, primeiro era só exemplo, depois se tornou partner e hoje a tenho como uma grande amiga.
7- Vítor, você já conquistou o público do Rio, uma platéia que admira o seu trabalho. Como é dançar no exterior?
Vítor Luiz - É diferente, pois cada público tem a sua maneira de gostar. Não me importo muito se estou aqui ou lá, procuro sempre me apresentar da melhor maneira para representar bem o Theatro Municipal e em conseqüência, o Brasil.
8- Você acredita que para o Bailarino Clássico no Brasil a melhor saída seja o aeroporto Tom Jobim?
Vítor Luiz - Pra muita gente sim. Aqui infelizmente não temos espaço para todos. Sobram academias formando gente de primeira linha, falta emprego, quantidade de espetáculos e melhores salários.
9- Você dançou o ballet “Onegin” – uma obra prima de Tchaikovsky, na personagem do poeta Lensky. Como foi para você conceber essa personalidade tão doce e romântica e, ao mesmo tempo, tão visceral?
Vítor Luiz - Eu acredito ter conseguido captar a essência de Lensky, que na minha leitura é a de uma pessoa jovem extremamente sensível, ao mesmo tempo que rústico, com valores de um apaixonado pelos ideais de amor eterno ,nobreza e hombridade; e que acontece de ser enamorado de Olga, que por sua vez é fútil e deslumbrada. Combinação difícil. Na parte técnica, é um dos papéis mais difíceis do ballet. Dançar o adágio da cena do duelo é um desafio técnico muito grande por si só, quanto mais quando é feito com emoção. Também foi minha estréia oficial como Primeiro bailarino, e eu senti o peso da responsabilidade sobre os ombros, mas de uma forma muito positiva!
10- Vítor Luiz, você acredita que o artista seja um canal mediador entre criador e criatura?
Vítor Luiz - Sim. Todo ser humano tem em si o potencial de realização. Porém só o artista é capaz de transcender a tudo, e manifestar o inusitado. Pra mim não há caminho mais curto entre Deus e o homem que a arte.
Wellen de Barros
Publicado no Portal da Família em 07/05/2008
Entrevistas com Cecília Kerche e Vítor Luiz
Numa composição de gerações distintas surge a sincronicidade do amor pela dança, através de um profissionalismo impecável e determinação total. Assim podemos “resumir” esse “pas de deux” de almas destinadas através da vocação de comunicar o divino no humano através da arte da dança. A “Elegância Clássica” e o “Danser Noble”.
Cecília Kerche e Vítor Luiz apresentaram-se em Dallas no Texas, no TITTAS COMMAND PERFORMANCE OF INTERNATIONAL BALLET, no último dia 05 de Abril. Ambos participaram da temporada do ballet “Giselle”, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro de 12 a 21 de Abril. Agora em maio embarcam para o Canadá onde participaram de uma Gala Beneficente, com fundos revertidos para pesquisa do Câncer.
Cecília Kerche possui o título de Embaixatriz da Dança outorgado pela UNESCO devido a sua gama de atuação nas principais capitais internacionais. Cecilia Kerche – primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, é protagonista de uma carreira de reconhecimento internacional onde musicalidade, plasticidade, sensibilidade e emoção desenham uma trajetória de sucesso. Paulista de nascimento radicada no Rio de Janeiro, teve como professores, Vera Mayer, Halina Bienarcka e Pedro Kraszcuzuk, seu maestro e marido.
Passou a integrar a Companhia de Ballet do Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 1982, cumprindo a determinação que se fez ainda no seu começo de estudo que - “um dia ocuparia o cargo de primeira bailarina do Teatro mais importante do País” - como de fato ocorreu no ano de 1985.
Apresentou-se em diversas Galas Coreográficas nas cidades de Madri, Moscou, Londres, Santander, Peralada, Narvi Jerez, Cidade do México, Caracas, Santiago do Chile, Assunpção, Montevidéo, Porto Rico, Dresden, Bruxelas, Antuérpia, Paris. Nessas últimas cidades tomou parte no espetáculo “Los Gigantes de La Danse”, junto a Maya Plissetskaya, e várias outras estrelas internacionais.
A Rússia é um lugar de destaque em sua carreira internacional. É convidada periodicamente para atuar nas versões integrais de grandes clássicos nas cidades de Odessa, Novosibirsky, Tashkent, Ufá.
A Australian Ballet contou com sua presença na participação no Ballet “Spartacus”, apresentado nos Teatros de Melbourne e Sidney. Como convidada do English National Ballet, na categoria de Senior Principal teve a seu encargo a temporada de inverno de 93/94, retornando à companhia como Principal Residente Guest Artist, quando participou das temporadas de inverno e verão de 95/96.
Em 1996, Márcia Haydée criou especialmente para Cecília Kerche um pas dedeux inspirado na lenda da sereia Yara.
No ano de 2006 foi convidada pela UNESCO para fazer parte do (CID) - Conseil International de la Danse, como um reconhecimento por toda sua trajetória internacional.
Vítor Luiz nasceu em Juiz de Fora e iniciou seus estudos de ballet com o professor Vitor Navarro em Petrópolis. No Rio de Janeiro estudou com Dalal Achcar e Pedro kraszczuk.
Formou-se pela “Royal Ballet School” (Londres). Sua carreira profissional começou na Inglaterra, no Birmingham Royal Ballet (dirigido por David Bintley). De seu repertório constam: “ La Syphide” (james), “Eduard II” (The Favel Tromp) e “Arthur” (The Saxons) de David Bintley, “O Corsário”, “Don Quixote” (Pás-de-deux 3º ato), “Giselle” (Paysant pas-de-deux), “Com Amor” (Dalal Achcar).
De volta ao Brasil, Vítor integra o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, passando a se destacar nos primeiros papeis de “O Quebra Nozes”( Dalal Achcar), “Coppélia” (Enrique Martinez), “Giselle” (Piter Wright), “O Lago do Cisnes”(Feodorava, Makarova e Pankova), “A Bela Adormecida” (Slavick), entre outros, sempre com muito sucesso de público e de crítica, logo assumindo o cargo de Bailarino Principal.
Cecília Kerche e Vítor Luiz concederam as seguintes entrevistas para o Portal da Famílias:
Entrevista com Cecília Kerche1 - Ano passado foi um ano de muitos convites para o exterior, inclusive você participou como bailarina convidada numa Gala no City Center. Pode nos contar essa experiência ?
CECÍLIA KERCHE - Foi minha primeira experiência em Nova York ,e mais um momento muito importante e gratificante em minha carreira , pois não obstante o fato de dançar lá ,participava na condição de madrinha da delegação brasileira que concorreu no YAGP ( Youh American Gran Prix).
2- O ballet “O Quebra Nozes” concluiu com “chave de ouro” a inesquecível temporada de final de ano do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Neste ano de 2008 o que podemos esperar dessa magnífica companhia clássica?
CECÍLIA KERCHE - A história desta companhia é trazer ao público sua especialidade , O BALLET CLÁSSICO. Estes artistas motivados por boas temporadas sempre são um sinônimo de sucesso para o Theatro Municipal. Não sem razão o Ballet do Theatro Municipal é considerado "A PRATA DA CASA" !!!
3 - Embaixatriz da Dança, melhor intérprete do ballet “O Lago dos Cisnes”, “Elegância Clássica”, Embaixadora da Cidade do Rio de Janeiro, Membro do Conselho Internacional da Dança... - Esses são alguns títulos que você carrega por sua trajetória de excelência no ballet. Pode nos falar sobre eles?
CECÍLIA KERCHE - Sim, mas não me prendo a isso não !!! Porque cada vez que entro no palco lá está só a bailarina .
4- Cecília, fale um pouco sobre o seu cotidiano. Rotina de ensaios, vida em família - é possível conciliar tudo isso para uma Primeira Bailarina com carreira internacional?
CECÍLIA KERCHE - Meu cotidiano é voltado para minha profissão. Escolhi ser bailarina desde muito cedo e vida de uma bailarina tem suas regras, mas como amo o que faço, sempre dá para conciliar tudo.
5- Qual seu tipo de lazer?
CECÍLIA KERCHE - Gosto de nadar, ler, brincar com meus cachorros, cozinhar quando estou inspirada, ir ao cinema e assistir programas de televisão .
6- Em suas declarações e entrevistas, é notável o seu reconhecimento pela família, o modo como foi educada, valores, ética. Você considera a família o centro da formação humana ?
CECÍLIA KERCHE - Sim a família é um grande alicerce.
7- O que mais importa na sua opinião: realização ou reconhecimento?
CECÍLIA KERCHE - Realização.
8 - Você acredita que a arte é uma fonte rica para promover educação? Formar platéia?
CECÍLIA KERCHE - Sim , mesmo sem luxo se pode ter educação artística. Estive na Rússia ainda quando era União Soviética - o povo em geral não tinha luxo; estive em Cuba e vi Havana em escombros envelhecida e deteriorada mas a educação era fator primordial. Não quero dizer que estes lugares são a referência de educação, mas pude constatar que a arte é um grande veículo de educação e noção de cidadania.
9- Cecília Kerche, o que dizer à uma mãe quando seu filho ou filha desejam estudar ballet como profissão?
CECÍLIA KERCHE - " Nooossa, você é uma pessoa de sorte mesmo !!! "
10- Qual maior ensinamento que a arte do Ballet lhe proporcionou?
CECÍLIA KERCHE - Ensinou-me a descobrir como sou forte.
Entrevista com Vítor Luiz
1- Vítor Luiz, fale um pouco sobre a sua descoberta para o mundo do Ballet?
Vítor Luiz - Tudo começou em Petrópolis, onde cresci, e dei inicio aos meus estudos em dança. Descobri como era prazeroso e bonito unir música e movimento, como essa combinação criava uma magia diferente de tudo que conhecia.
2- Qual a importância que teve sua família na sua formação como Bailarino?
Vítor Luiz - Total. Se não fosse esse incondicional apoio de meus familiares, todos eles, e se eu não seguisse a intuição de meu pai, a minha vida tomaria um rumo totalmente distinto.
3- Vítor, “Danser Noble” aos 25 anos de idade. O que você pensa sobre seu futuro no Ballet? Vítor Luiz - Sei que estou ultrapassando limites nunca cruzados por nenhum bailarino brasileiro que vive e trabalha aqui, e isso me orgulha. Ao mesmo tempo isso traz a responsabilidade de crescimento contínuo, porque para se manter bem é preciso renovar-se como instrumento e como artista. Não sei até onde vou chegar. Dois anos atrás, não imaginava minha vida como agora, - então, o que mais poderá acontecer em outros dois, três ou dez anos?
4- Fale um pouco sobre a preparação para se chegar ao título de primeiro Bailarino e o que isso representa para você ;
Vítor Luiz - Minha carreira profissional começou com 17 anos na Inglaterra. Fazia parte do Birmingham Royal Ballet. De lá pra cá fiz um pouco de tudo dentro de uma companhia. Desde figurante até principal. Em 2005 recebi no Theatro Municipal o título de Bailarino Principal. Acho que a preparação nada mais foi que o aprendizado. Sempre tive pessoas ao meu lado, que me diziam a verdade, mesmo que não fosse muito agradável escutar! Uma coisa que me valeu foi aprender a lidar com o erro. O palco e a sala são bem diferentes. O título representa respeito e reconhecimento no mundo da dança, e um troféu. como o de uma conquista. Mas ... “ô negócio que dá trabalho polir, viu...”
5- O sucesso da temporada do ballet “O Quebra Nozes” ano passado, contou com sua assinatura. Um público receptivo, temporada com ingressos esgotados todos os dias. O que isso representa para a principal Companhia. de Ballet do Brasil?
Vítor Luiz - Para mim é a prova que o ballet como entretenimento é, e continuará sendo uma das formas mais atraentes para o público de todas as idades, de todos os povos, de todas as línguas, por estarmos falando com dança, não palavras. A vantagem disso é que cada espectador alimenta na imaginação uma história toda sua, única.
6- Vítor, que diz para você o nome Cecília Kerche ?
Vítor Luiz - Esse nome me soa familiar... Onde já ouvi esse nome?Brincadeiras à parte, Cecília pra mim foi desde sempre um espelho. Com 15 anos comecei a estudar com meu grande mestre Pedro Kraszczuk, marido de Cecília, e assim a conheci. Lembro que a primeira coisa que disse pra mim foi: “Meu Deus, mas é um bebê!”, referindo-se à idade, e a cara de menino. Com o passar dos anos, conheci muitas outras “Cecílias”, primeiro era só exemplo, depois se tornou partner e hoje a tenho como uma grande amiga.
7- Vítor, você já conquistou o público do Rio, uma platéia que admira o seu trabalho. Como é dançar no exterior?
Vítor Luiz - É diferente, pois cada público tem a sua maneira de gostar. Não me importo muito se estou aqui ou lá, procuro sempre me apresentar da melhor maneira para representar bem o Theatro Municipal e em conseqüência, o Brasil.
8- Você acredita que para o Bailarino Clássico no Brasil a melhor saída seja o aeroporto Tom Jobim?
Vítor Luiz - Pra muita gente sim. Aqui infelizmente não temos espaço para todos. Sobram academias formando gente de primeira linha, falta emprego, quantidade de espetáculos e melhores salários.
9- Você dançou o ballet “Onegin” – uma obra prima de Tchaikovsky, na personagem do poeta Lensky. Como foi para você conceber essa personalidade tão doce e romântica e, ao mesmo tempo, tão visceral?
Vítor Luiz - Eu acredito ter conseguido captar a essência de Lensky, que na minha leitura é a de uma pessoa jovem extremamente sensível, ao mesmo tempo que rústico, com valores de um apaixonado pelos ideais de amor eterno ,nobreza e hombridade; e que acontece de ser enamorado de Olga, que por sua vez é fútil e deslumbrada. Combinação difícil. Na parte técnica, é um dos papéis mais difíceis do ballet. Dançar o adágio da cena do duelo é um desafio técnico muito grande por si só, quanto mais quando é feito com emoção. Também foi minha estréia oficial como Primeiro bailarino, e eu senti o peso da responsabilidade sobre os ombros, mas de uma forma muito positiva!
10- Vítor Luiz, você acredita que o artista seja um canal mediador entre criador e criatura?
Vítor Luiz - Sim. Todo ser humano tem em si o potencial de realização. Porém só o artista é capaz de transcender a tudo, e manifestar o inusitado. Pra mim não há caminho mais curto entre Deus e o homem que a arte.
Wellen de Barros
Publicado no Portal da Família em 07/05/2008
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