"Não canso de dizer: o ballet é a minha segunda pele".

quinta-feira, 31 de julho de 2008

O Artista e o Bem Comum


Bem comum é algo que mobiliza e unifica uma sociedade. Ele compromete de modo universal mesmo sob modalidades específicas, seja o Estado, a Sociedade, as Associações e a Humanidade.
Falar em bem comum não significa falar em uma soma de bens individuais, o mesmo em se tratando da sociedade, já que esta não é simplesmente uma agremiação de indivíduos, mas consiste na sua união.
O bem comum que se afasta do bem universal é falso na sua totalidade. Poderíamos concluir que o bem comum é a visão magnânima do bem estar essencial ao indivíduo enquanto pessoa.
Em se tratando de Trabalho - que é trabalho? Diríamos que é a chave essencial de toda a questão social... Então podemos pensar que atualmente os dois grandes desafios que erguem ao trabalho humano são: A organização externa desse trabalho, para que seja exercido em condições dignamente humanas e a transfiguração interior, ou seja, para que sua realização aconteça em plenitude de sentido de acordo com o seu destino último.
Em relação ao primeiro desafio pode-se dizer que vivemos em um século cuja literatura referente às normas e convenções são expressas de modo unilateral, e em relação ao segundo desafio, torna-se difícil propor como prioridade de sentido o que se entende como finalidade.
Ninguém melhor que o Artista teria capacidade de transformação radical desses desafios já citados, pois o artista possui elementos que lhe são fornecidos pela técnica, pela observação, pela inspiração, capazes de produzir uma realidade absolutamente nova. O artista – artífice utiliza algo já existente, a que dá forma e significado.
O homem foi chamado à existência, com a tarefa de ser artífice, pois na renovação cósmica, Javé havia criado o universo e no final criou o homem, o ser mais nobre do seu projeto, a quem submeteu o mundo uma capacidade volitiva de sua criação.
Na criação artística, o homem revela-se como “imagem do criador”, e realiza a tarefa plasmando o ser corpóreo em sua plenitude humana para depois exercer um domínio criativo sobre o que o circunda.
Ao artista humano é outorgada uma centelha da sabedoria de sua descendência do Artista divino.
A vocação especial do artista faz com que haja uma conexão entre duas predisposições: a ética e a artística. Nem todos são chamados a ser artistas, no sentido estrito da palavra, mas todo ser humano recebeu intrinsecamente a capacidade de fazer da própria vida uma obra de arte.
Ambas dimensões – Ética e artística interligam-se de forma recíproca. Na arte encontra-se uma dimensão para um crescimento espiritual, por isto a arte ser uma história do próprio autor que a realiza. Ao falar em beleza recorre - se ao filósofo Platão que define o belo como sendo esplendor do verdadeiro e do bem.
O artista vive uma relação peculiar com a beleza. Consequentemente beleza combina com talento que se deve pôr a render.
Como toda vocação, mas especificamente a do artista, há um sentido de “fazer-se serviço”, doar-se ao outro.
Retomamos o nosso tema inicial porque chegamos a excentricidade, ao valor da arte que é a prestação a um serviço social qualificado ao bem comum.
O artista consciente do que faz sabe o que prevalece no âmbito do seu serviço: a responsabilidade de atuar sem deixar-se dominar pela glória efêmera. Há de certo modo uma ética, uma espiritualidade que contribui de forma direta para o renascimento de toda uma sociedade.
Qual artista não experimentou a distância infinita existente no seu trabalho - mesmo bem sucedido - e a perfeição fulgurante da beleza vislumbrada no ardor do momento criativo? Tudo o que se consegue traduzir desse momento, não passa de um pálido reflexo daquele esplendor que brilhou por instantes de modo palpável diante dos olhos do seu espírito.
Toda manifestação autêntica de arte é um caminho de acesso à realidade mais profunda do ser humano e do seu mundo, pois constitui um meio inefável da proximidade com a fé, onde existência – criatura encontra plena interpretação do propagar –se unidade – bem comum.

Wellen de Barros

domingo, 20 de julho de 2008

Festival de Joinville - minhas imagens

 
 
                                          
 























                                                          Cecilia Kerche e Carlos Cabral
















quinta-feira, 17 de julho de 2008

Entrevista - Folha on-line


17/07/2008 - 16h55
Leia entrevista exclusiva com bailarina que encantou Joinville
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CRISTINA BALDI Enviada especial da Folha Online a Joinville (SC)
O ar despojado não denuncia que, debaixo daquela roupa, vive uma bailarina clássica. Definitivamente, quem olha "o figurino do dia-a-dia" de Cecília Kerche nem imagina que está diante da grande bailarina, da "prima dona" do Balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Mas, quando ela começa a falar, a postura ereta e os trejeitos entregam o seu dom.
Guto Gonçalves/Divulgação
Cecília Kerche, 47, afirma que ainda tem entusiasmo para aulas
Cecília Kerche abriu o 26º Festival de Dança de Joinville e fica na cidade até o fim do evento, onde será jurada da Mostra Competitiva (com mais de 4.500 bailarinos concorrendo ao prêmio de melhor na sua categoria). Na cidade catarinense interpretou "O Lago dos Cisnes", no papel principal. Ela diz que, se não fosse bailarina, talvez fosse atriz, pois gosta de mexer com a emoção do público. E, no palco, realmente emociona.
*
Folha Online- Você é considerada uma das melhores intérpretes de Odette/Odile, de "O Lago dos Cisnes". A que se deve essa reverência?
Cecília Kerche- Acho que é um conjunto de tudo, porque a técnica tem de estar a serviço da arte. É preciso destreza técnica para ter desenvoltura na interpretação.
Folha Online- O que é necessário para caracterizar estas duas personagens (a Odette boazinha e a Odile, a gêmea má)?
Kerche- O balé tem de começar criança. A gente se prepara a vida toda para talvez ficar no palco apenas dois minutos. Imagina dançar um balé completo. São vários anos de estudo, na sala de aula, na frente do espelho, escutando a música, para compreender o que Tchaikovsky [autor da trilha sonora de "O Lago dos Cisnes"] quis dizer. Basicamente é entender o que Ivanov e Petipa [autores da coreografia original] entenderam da música.
Folha Online- Em que medida a maturidade artística ajuda na interpretação desse papel e, por outro lado, o "peso dos anos" pode atrapalhar [a bailarina está com 47 anos]?
Kerche- Os anos de vida trazem a maturidade artística. Eu sou as alegrias, as tristezas e as decepções que vivi, e isso empresto para a minha dança. Já o peso dos anos, na parte técnica, sinceramente, ainda não sinto. Eu ainda hoje procuro a minúcia do movimento. Não a perfeição, que é utópica, mas o aprimoramento da forma de tombar a cabeça, por exemplo, de movimentar a mão...
Amir Sfair Filho/Divulgação

Bailarina Cecília Kerche, do Balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, encanta platéia em Joinville com "O Lago dos Cisnes"
Folha Online- Em tantos anos de bailarina profissional, você já dançou diversas versões de "O Lago dos Cisnes". Existe alguma que lhe toca mais, que foi mais importante?
Kerche- O primeiro e terceiro ato são sempre do Petipa e o segundo, do Ivanov. Geralmente é no quarto ato que o coreógrafo faz a diferença, a "criação pós-original". Para mim, a versão que mais me tocou foi a de Makarova [refere-se à coreógrafa russa Natália Makarova]. Foi o quarto ato mais lindo, mais poético, em termos de sentimentos. É pura poesia. Foi o que mais me preencheu, no aspecto da beleza, da tristeza, da emoção.
Folha Online- Passados mais de 130 anos da primeira versão, "O Lago dos Cisnes" ainda emociona muita gente. Por quê?
Kerche- Vou dar a minha opinião pessoal, não de bailarina. Acho que é pela magia de, desde criança, se imaginar a bailarina ideal como um cisne. E a música magnífica. Além disso, há a dualidade, isso persegue o humano: a luta do bem e do mal [referindo-se às personagens Odette e Odile].
Folha Online- Você é considerada uma das maiores intérpretes do cisne, mas há também algum balé predileto?
Kerche- O meu predileto é Giselle. Mas adoro "O Lago". Também gosto muito de "La Bayadère". A gente do clássico gosta de tudo, de tudo o que hoje é obrigatoriedade de todas as companhias clássicas.
Folha Online- O que você vê de diferente hoje na dança em relação a quando começou profissionalmente?
Kerche- Houve uma grande evolução técnica, mas há pouco incentivo ainda. São poucas companhias. A maior é a do Municipal do Rio de Janeiro, que dá ao bailarino a perspectiva de desenvolvimento artístico. É a única no país neste molde e precisa ser preservada. O balé do Brasil exporta muita gente, tem grandes valores, faz a diferença no cenário internacional. Temos um calor, uma energia que se nota a diferença.
Folha Online- Há alguém da nova geração que você considera que "promete"?
Kerche- Os nossos primeiros bailarinos (do Municipal): a Cláudia Mota, a Márcia Jaqueline, o Vitor Luiz, o nosso grande solista Renê Salazar, a Priscilla Mota. Temos inúmeros solistas de grande valia. O corpo de baile é feito da última até a primeira fila. Todos são importantes para em uma companhia clássica.
Folha Online- Existe algum lugar ou papel que você gostaria de ter dançado e ainda não realizou este sonho?
Kerche- Sim, sempre há, pois sou ávida por conhecimento. Mas eu destaco Manon, que tem a ver comigo. Seria interessante interpretar, por causa do meu estilo, meu temperamento. [A bailarina refere-se à obra de Kenneth MacMillan, com música de Jules Massenet, de 1974, cuja personagem principal é uma "femme fatale"].
Folha Online- Algumas grandes companhias brasileiras, como a do Guaíra (PR) e o Balé da Cidade (SP), têm um segundo grupo, em que os bailarinos mais velhos passam a desenvolver outro tipo de pesquisa. Você pretende fazer isso quando achar que não deve mais dançar balé clássico?
Kerche- Eu danço outros estilos em paralelo ao clássico. Mas o meu biótipo é de clássico. Faço algumas coisas neoclássicas ou contemporâneas. Se tiver um coreógrafo inteligente para entender meu físico e me entender, além de me tocar, eu danço. Não preciso deixar para depois.
Folha Online- Você pretende dançar até quando?
Kerche- Vou dançar até a hora que eu achar que está muito difícil. Não sei dizer quando. Quando eu tinha 25 anos, pensei que era até os 28; depois os 40. Vou dançar até ficar difícil de levantar da cama e dizer: puxa, tenho de fazer aula. Quando não tiver entusiasmo para isso. E, quando ficar difícil para mim, é sinal que para o público também.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Festival de Joinville - continuação


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26º Festival de Dança de Joinville -16/07/2008 a 26/07/2008
Noite de Abertura
O clássico dos clássicos para Joinville aplaudir
A mais popular peça de balé do mundo, interpretada pelo mais tradicional Corpo de Baile do Brasil e com elenco formado por virtuosos bailarinos, incluindo um joinvilense, é a grande atração da noite de abertura do 26º Festival de Dança de Joinville. No dia 16 de julho, no Centreventos Cau Hansen, o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro apresenta o Lago dos Cisnes, um espetáculo de nível artístico indiscutível, que marca o início desta verdadeira maratona de dança, a maior da América Latina. A Companhia de Ballet do Theatro Municipal foi a primeira do continente americano a apresentar o Lago dos Cisnes na íntegra, em 1959. Bertha Rosanova e Aldo Lotufo foram os intérpretes naquela ocasião. A montagem do Lago dos Cisnes que será apresentada em Joinville na abertura do Festival de Dança foi criada em 2006 pela bailarina russa Yelena Pankova e foi o terceiro clássico apresentado pelo Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no ano em que comemorou 70 anos de oficialização. Este trabalho foi o primeiro de Pankova como coreógrafa no Brasil e, segundo ela, há uma grande diferença no terceiro ato, com a unificação dos diversos tipos de dança apresentadas. Com música de Tchaikovsky e versão coreográfica de Yelena Pankova, sobem ao palco os solistas Cecília Kerche e Vitor Luiz, além de 70 outros bailarinos. O elenco ainda conta com a participação de Rodrigo Hermesmeyer, hoje artista de nível internacional, formado na Escola Municipal de Ballet, mantida pela Casa da Cultura de Joinville, sua cidade natal. Este balé é considerado por especialistas um dos mais difíceis tecnicamente, pois a interpretação é um fator primordial para a essência do espetáculo, ao mesmo tempo em que a técnica exige força, habilidade e precisão dos bailarinos. O sucesso do Lago dos Cisnes só aconteceu 22 anos depois da estréia, graças à genialidade dos novos coreógrafos, Marius Pepita e Lev Ivanov, que conseguiram desenvolver a idéia dramática central e representar o sofrimento de uma jovem presa em um corpo de pássaro, através de movimentos leves de braços, das articulações de pés, da posição de cabeça e do alongamento do pescoço. Baseado num conto de fadas alemão, o Lago dos Cisnes foi montado pela primeira vez na cidade de Moscou, Rússia, em maio de 1877. A história começa com a caçada comemorativa do 21º aniversário do Príncipe Siegfried, em que a Rainha, sua mãe, o lembra da necessidade de escolher uma noiva entre seis princesas, um dever na sua maioridade. Triste pelo fim de sua liberdade, ele vai caçar com amigos. Ao avistar alguns cisnes, resolve estender a caça até o cair da noite, já sem seus companheiros. No segundo ato do espetáculo acontece um dos momentos mais fantásticos, quando um cisne branco visto pelo Príncipe Siegfried transforma-se numa bela moça. Odette revela a maldição de um feiticeiro que a transformou, assim como a outras jovens princesas, em cisne, podendo adquirir a forma humana apenas durante algumas horas da madrugada. A condição para que o encanto seja desfeito e que caracteriza um típico conto de amor como este, é a paixão e as juras de fidelidade de um jovem disposto a desposá-la. É neste momento da peça que acontece o baile de aniversário do Príncipe, em que ele deve escolher uma esposa. Depois de dançar com as seis candidatas e com o pensamento em Odette, ele recusa a todas. O barão Von Rothbart chega com sua filha Odile, que por sua semelhança com Odette acaba atraindo os olhares do aniversariante. Este se apaixona imediatamente e declara seu amor e fidelidade à moça. Instantes mais tarde, o príncipe percebe que foi vítima de uma plano malvado de Odile e seu pai, o feiticeiro que transformou as jovens em cisnes. A peça trágica termina com o pedido de perdão de Siegfried para Odette, que resolve se matar para fugir do destino cruel de viver eternamente como um cisne. O jovem apaixonado também se atira nas águas do lago, quebrando o poder de Rothbart. A paixão que ultrapassa a morte marca o final da peça. As princesas Odette e Odile são interpretadas pela mesma bailarina, a experiente Cecília Kerche. Seu nome constitui um dos expoentes mais notáveis surgidos no Ballet Latino-americano das últimas décadas. Brasileira, integra o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro como Bailarina Principal e paralelamente tem sido convidada a se apresentar nos mais importantes festivais brasileiros e internacionais. Para o papel do Príncipe Siegfried foi escolhido o bailarino Vitor Luiz, que estudou na mundialmente conceituada "The Royal Ballet Schooll", em Londres. Pouco depois, integrou-se ao Birminghan Royal Ballet, dando então início à sua carreira profissional. Recentemente recebeu o título de Primeiro Bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde é apontado como um dos maiores destaques masculinos surgidos no Brasil nas últimas décadas. Além de Cecília Kerche e Vitor Luiz, o Lago dos Cisnes que abre o Festival de Dança terá Carlos Cabral como o feiticeiro Rothbart e a participação do joinvilense Rodrigo Hermesmeyer. O bailarino começou seus estudos na Casa da Cultura aos 11 anos e aos 15 já participava de festivais, inclusive o de Joinville. Em 2005 foi um dos indicados ao prêmio de revelação do Festival e no ano seguinte foi convidado a integrar a Companhia Brasileira de Ballet do Rio de Janeiro. Segundo ele, a mudança só foi realmente processada quando dançou com a Companhia do Theatro Municipal: "Demorei um pouco para assimilar, foi tudo muito rápido, mas minha técnica melhorou muito e sou mais valorizado". Depois de o Quebra-Nozes, Rodrigo passou a integrar o elenco de o Lago dos Cisnes.

sábado, 12 de julho de 2008

Festival de Joinville - Noite de Abertura

Festival Internacional de Joinville realiza 26ª edição
Festival Internacional de Dança de Joinville realiza sua 26ª edição entre os dias 16 e 26 de julho, com abertura no Cetreventos Cau Hausen. O Festival reúne bailarinos e visitantes de vários países, além de realizar cursos e oficinas de aperfeiçoamento profissional, workshops gratuitos para coreógrafos, seminários de dança, palestras, debates e projetos comunitários. O evento atrai um público superior a 200 mil pessoas em uma média de 170 horas de espetáculos. O alcance do festival garantiu a citação no Guinness Book de 2005 como o maior festival de dança do mundo. Com uma programação que inclui Mostra de Dança Contemporânea, Seminários de Dança, Feira da Sapatilha e Encontro das Ruas, o festival reserva para 2008 a apresentação do Lago do Cisnes. Os ingressos serão vendidos de 1 a 26 de julho, em bilheterias, internet, call center e pontos de venda rápidos. Mais informações no site
http://www.festivaldedanca.com.br/ e no telefone (47) 3423 1010.
Anote aí:Bilheteria Central - Centreventos Cau Hansen Endereço: Av. José Vieria, 315 - Joinville (SC). Horário de atendimento: 13h às 21h, de segunda a domingoFormas de pagamentos aceitas: Dinheiro, Cartões de Crédito e Débito (VISA e MasterCard)Limite de compras por pessoa: 24 ingressos, com um máximo de 6 por apresentação.
CallcenterJoinville: 4063-9244.Principais capitais e regiões metropolitanas: 4003-1212.Outras localidades: 0 XX 11 4003-1212.Consulte a lista completa, com endereços, horários de atendimento e formas de pagamento aceitas, pelo site
http://www.ingressorapido.com.br/.